2007-09-14

flores murchas

A solidão tornou-se impermeável
A uma folha de jornal
Quedo-me neste banco de jardim
Entrei pelo meu pé no caixão
Ergo-me do chão indiferente aos milagres que alguém vocifera
Comentam maldades na esquina a quem acredita na cegueira do acaso
Um vendedor de flores murchas escolhe o vazio para resgatar nadas
Estou acorrentada a uma lágrima de ferro
Os passos vão pelas ruas e eu não sei parar
Dormi doze horas. Fiquei farta
O coveiro tropeçou no meu sono exausto
Disse que não podia ficar lá
Que estava viva.

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