2009-04-22

coisas do coração mesmo

fez-se um silêncio que eu não consegui engolir na minha garganta atrapalhada. tinha uns olhos meigos de olhar. não sei bem quando começou. se calhar já tinha começado sem que soubesse explicar nada. se calhar não tinha ido embora adormecer a voz a falar por cima de mim. uma mão nas costas a me puxar mais contra o seu corpo. a outra mão ficava meio lenta meio fina no meu cabelo a coçar-me de dar sono. Sono bom de fingimento. depois coçava com as duas mãos cheias. eu tinha umas quantas lágrimas dentro do corpo e tive vergonha que me olhasses lá para dentro. acho que tiveste cuidado para não sacudir muito. podiam cair lágrimas. daquelas salgadas de engolir. daquelas que se choram mais pelos olhos que pela voz. nem vento nem barulho nada só o sol assim. estrondosamente de se gostar. nesse dia o galo cantou muito enganado nas horas e eu ri muito. rimos muito. eu ri para ti nuns lábios de felicidade e magia de quem está de bem com a vida. pausei para não avançar na minha cabeça escondida este sentir. acho que ias acreditar. coisas do coração mesmo.

Sem comentários: