2009-04-02

é como pequenas bolhas de ar

e esta dor a do amor é como pequenas bolhas de ar. flutuam leves invisíveis aos olhos pesados da chuva. palavras desnecessárias que inventamos para criar artifícios como as novela que contam histórias afundadas no pouco alento de quem fala sem o dizer. empurro a timidez do meu corpo para falar de coisas que não se levam nada a peito. vou na procissão a segurar no andor em dúvida se sou deus para venerar o milagre que ainda não sei o nome. cantam-se rezas com asas à espera que alguém não volte a nós para fechar a janela onde as colchas estão estendidas. lambo a vida como os gatos lambem o pelo deitado ao sol. serenamente. gosto assim. vão sem mim que eu vou lá ter. ainda tenho muitas almas para escrever.

1 comentário:

Anónimo disse...

E exista sempre uma "Deolinda" para nos fazer sentir assim! :) Bravo! Lindo texto! Inspirado e inspirador!